domingo, 11 de março de 2012

Peyton Manning é o maior esportista de todos os tempos? É ultrajante dizer isso?



Você ama torcer para o seu time e tudo mais, certo? É apaixonado pela vibração de conduzir a bandeira inflamada do seu clube do coração? Pois bem, por trás da paixão do torcedor, está a pressão para que haja resultados por parte da agremiação. Muitos estudiosos tentam entender até onde vai a idolatria e a mágica que cerca esse sentimento que desperta em todo tipo de pessoa.
A torcida geralmente, dado a um certo tipo de reconhecimento ao atleta que se esforça em campo acima da média, ela o venera e o endeusa. Exemplos temos centenas, mas poucos estão num nível bem acima de tudo isso. Num nível que para a torcida, se houve derrotas, aquele gigante (ou gigantes) em campo fez o seu máximo para evitar. É uma troca de confiança torcida-atleta, porém ninguém quer virar um dia um saco de pancada de outras equipes. Pensando nisso, Jim Irsay, presidente do Indianapolis Colts preferiu tomar uma atitude que o levará a dar prosseguimento na tarefa de levar o time mais vezes ao Super Bowl, mais vezes a mais conquistas.

O grande atleta que mudou a história dos Colts.






Manning, o grande.


Peyton Manning começou sua trajetória no esporte na Universidade do Tennessee em 1994, de lá pra cá ele já soma dezenas de prêmios e nomeações. Antes mesmo de sua história no College Football ele era um garotinho sonhador. Tinha um só objetivo na vida : Ser um grande quarterback como seu pai foi um dia (ele é filho de Archie Manning, ex-QB dos Saints). Para alcançar esse sonho de criança ele já não media esforços: Estudando na Isidore Newman School, ele venceu 34 partidas e 5 derrotas nos três anos em que foi titular da escola. O garoto era promissor, muitos já diziam. 
De lá da escola, ele passou para a Universidade do Tennessee onde fez história. No College Football, ele fez 11.201 jardas e expressivos 89 touchdowns. Venceu 39 das 45 partidas como títular. Um recorde na Universidade até então. Foi indicado para o troféu Heisman, em 97, porém ficou em segundo lugar. Ele é considerado o melhor QB da história do Tennessee, onde foi por várias vezes selecionado entre os melhores jogadores (All America).
Com todos esses números, o Indianapolis Colts selecionaram o calouro Peyton Manning em primeiro lugar no Draft de 1998 da NFL, sem dúvidas de que ali brotava uma promessa do futebol americano.
Já no primeiro ano, ele passou para 3.739 jardas e marcou 26 TD's. Para um calouro, esses números? Paulo Antunes berraria aqui logo um "Chega, né amigo!" Em 1999, quebrou mais recordes encerrando a temporada com 4.135 jardas e 26 TD's. Pela primeira vez, selecionado para a então All Pro (os selecionados da temporada) e ao Pro-Bowl (Jogo das Estrelas). 
Em 2003, Manning foi eleito pela primeira vez o MVP da temporada e eleito atleta do ano pela ESPN, nos prêmios ESPY. No ano seguinte, de novo MVP e mais uma vez selecionado para o Pro Bowl.
Ele já era de longe o melhor QB da NFL, duelando a posição com Tom Brady, dos Patriots, mas ele não queria apenas números e premiações. Em 2006, conduziu os Colts ao Super Bowl XLI em Miami e bateu o Chicago Bears por 29-17. Nesse ano foi eleito o MVP da decisão. Em 2009, levou os Colts ao Super Bowl XLIV contra os embalados New Orleans Saints. Os Colts de Manning começaram a partida liderando o placar, mas acabou sendo batido pelo time do QB Drew Brees. Ainda assim, nesse ano foi o MVP da temporada.
Em 2011, Manning fez uma cirurgia no pescoço, era a segunda em que se submeteu em quinze meses. Após uma complicação, acabou ficando de fora de toda a temporada, levando os triunfantes Indianapolis Colts a uma série de derrotas sem fim. O time tentou chamar o veterano Kerry Collins para apagar o fogo, porém sem uma liderança em campo, e a sensação de tampa-buraco na equipe levou uma depressão sem fim. O pior de tudo era o planejamento que se fazia em virtude do Super Bowl que aconteceu agora em fevereiro de 2012 ter sido justamente na casa dos Colts, toda a franquia esperava ver Peyton comandando o time a uma conquista em casa.
Após o fim da temporada já era dada como certa a saída do astro da franquia, após ter dedicado 14 anos de sua vida ao time que o consagrou. Era tempo de uma renovação.

Onde o coração não manda.


(c) Washington Post


Jim Irsay tinha que tomar uma atitude. Não quanto ao Peyton, mas quanto o que ele quer para os Colts para os próximos 5, 10, 20 anos. Uma leitura do que poderá ser feito para evitar tombos como o de 2011, quando o time amargou o último lugar na conferência e sofreu para sobreviver entre os grandes, sem aquilo que o tornava: Um QB que fazia a diferença. Quer dizer que Peyton Manning não é mais esse cara? Não é isso, mas a observação que tem que ser feita aqui é, por quanto tempo ele será esse grande QB que possui vários títulos de MVP e é um dos maiores? Seu corpo vai aguentar por mais quanto tempo? A péssima temporada favorece o time a ter a primeira escolha no Draft desse ano... os Colts vão aproveitá-la ou vão apostar num incerto Manning por mais alguns anos indefinidamente? Eu, infelizmente sei da dor que é para o Irsay e ele sabe o quanto dói, mas renascer é condição para sobreviver, por tanto afim de construir um time para os próximos anos, Manning tem que partir de Indianapolis. Andrew Luck será a escolha dos Colts para o Draft desse ano, e pelos números do garoto, com certeza temos ai um novo Peyton Manning. Eu posso apostar! E quanto a lenda do time que parte, ele vai renascer por mais alguns anos numa outra franquia. Miami Dolfins? Arizona Cardinals? Dificil dizer, até a próxima semana, o próprio já quer ter se decidido.
Manning é um grande jogador de futebol americano. Não é só isso, ele já é um dos maiores esportistas de todos os tempos. "RETIRE O QUE DISSE!", dirão pra mim. EU NÃO TIRO. O por quê é bastante simples e eu resumo em três razões que o colocam como um grande:

  1. Jardas corridas. Ser um jogador de futebol americano exige ser um corredor com obstáculos de mais 150 kg. Tá bom pra você? 
  2. Mira ao alvo. Lançar bolas para outros jogadores, bons quarterbacks sabem lançar. Agora como Manning lançava, com a tamanha precisão, para Reggie Wayne e Dallas Clark. Dificil.
  3. Dedicação extra-campo. Acordar antes do sol nascer, esperar o sol se por e ainda terminar séries de treinos. Fim de semana, alimentação, nada de bebidas, baladas. Nada. Seu compromisso é rigoroso. Seus objetivos ele faz acontecer na mesma medida que desempenha seus treinos a exaustão. Os técnicos com quem trabalhou estão ai pra provar.

Por essas razões ele é um grande esportista, um homem que honra o tamanho da sua alma de guerreiro com a sua forma de se expressar e agir. Pra ele é imbatível. Luck terá de se esforçar muito pra alcançar um lugar atrás de Manning na história dessa franquia. 

Os Colts estarão sempre no coração de Manning.

Fiz uma homenagem aqui a um atleta que serve pra mim de referência como sujeito dentro e fora de campo. Ele deve fazer mais um time campeão, isso eu tenho certeza! A camisa 18, logo, logo será imortalizada.

Até mais!

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